No Brasil, entre o ano de 2012 e 2017, foram estimadas 14.412 mortes por acidentes de trabalho, segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, ferramenta criada em cooperação entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A média anual de acidentes ficou em 646,6 mil.

O Observatório permitiu identificar ainda que ao menos um trabalhador brasileiro foi vítima fatal de acidente de trabalho a cada quatro horas e meia, desde o início de 2017.

Mais de 2,34 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo em decorrência de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, afirma a OIT. O Brasil ocupa o 4° lugar no ranking mundial, ficando atrás de China, Índia e Indonésia.

Ainda segundo o relatório, as doenças profissionais são “doenças contraídas em resultado de uma exposição a fatores de risco subjacentes a uma atividade profissional” e prossegue: “Quando uma doença é clinicamente diagnosticada e se estabelece uma relação causal, a doença é então reconhecida como profissional.”.

As perdas causadas por doenças ocupacionais e acidentes vão além das inestimáveis vidas humanas, elas geram também um grande déficit monetário para as empresas, para as famílias e até para a economia mundial.

Para combater esse mal silencioso, é necessário propor melhorias contínuas nos sistemas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), deve haver cooperação entre empresas, organizações de trabalhadores e demais partes envolvidas.

Algumas ações que ajudam a prevenir as doenças profissionais são: leis e regulamentos; mecanismos de fiscalização do cumprimento da lei, incluindo sistemas de inspeção de SST eficazes; prestação de serviços de saúde no trabalho; mecanismos adequados de recolha e análise de dados sobre doenças profissionais; entre outras.

No Observatório, identificamos as três ocupações com mais Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT): alimentador de linha de produção (5,49% dos casos), servente de obra (2,94% dos casos) e motorista de caminhão (2,45% dos casos). Eletricista de instalações aparece na 34° posição, com 16.235 casos (0,54%). O estado que mais comunica acidente de trabalho é São Paulo, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Profissionais do setor elétrico estão expostos a riscos ocupacionais, como queda de altura, campos eletromagnéticos, incêndio, choques e queimaduras elétricas, arcos elétricos e até ataques de insetos.

 

4% do PIB

“Segundo estimativas globais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), acidentes e doenças de trabalho implicam perda anual de cerca de 4% do Produto Interno Bruto, o que, no caso do Brasil, equivaleria, em números de 2017, a R$ 264 bilhões”, afirmou o procurador do Trabalho Luís Fabiano de Assis, responsável pelo observatório, em comunicado do Ministério Público do Trabalho.