Riscos biológicos e ergonomia estão entre os maiores problemas para o setor de segurança e saúde do trabalho (SST) de um hospital, diz Eduardo Bottentuit, engenheiro de segurança do trabalho do Hospital 9 de Julho.

Responsável pela SST de um dos maiores hospitais da cidade de São Paulo, Eduardo explica que acidentes com objetos perfurocortantes, como agulhas de injeção, são os mais comuns em um ambiente hospitalar. Ainda de acordo com o profissional, por meio desses acidentes, funcionários podem ser contaminados. Por isso o risco biológico é alto.

Já a ergonomia é um dos motivos que mais causam afastamentos de trabalhadores.  Uma postura inadequada ou um esforço excessivo na movimentação de pacientes causam dores lombares e outros males, afirma Eduardo.

 

Boas práticas

Para evitar esses tipos de acidentes, os hospitais devem adotar uma série de medidas em suas rotinas. Além de treinamentos, rondas frequentes são necessárias para observar como os profissionais de saúde estão trabalhando.

“Com as rondas podemos verificar principalmente se enfermeiros e auxiliares estão fazendo suas tarefas de uma maneira que não corram risco. Por exemplo, podemos ver se eles movimentam pacientes de uma maca para outra e vice versa de maneira correta, sem prejudicar a postura corporal deles”, diz Eduardo.

O uso de equipamentos adequados em unidades de saúde também é outro fator que diminui a ocorrência de acidentes. Em relação à ergonomia, é indicada a utilização de guinchos hidráulicos e passantes para locomover pacientes com dificuldades de mobilidade. Já para os perfurocortantes,é recomendável a utilização de agulhas e seringas com dispositivos de segurança, observa o engenheiro.

Há no mercado agulhas com capa de proteção integrada e seringas retráteis, que após a aplicação a agulha retrai para dentro do corpo da seringa e um sistema interno que, ao final da utilização do material, bloqueia a agulha no fundo do cilindro e impede que ela seja reutilizada, evitando dessa forma contaminação.

Outro fato que Eduardo destaca é o controle da qualidade do ar no ambiente. O monitoramento da qualidade do ar. “PMOC (Plano de Manutenção Operação e Controle) é um plano que faz a manutenção preventiva e controlada do ar que circula dentro do hospital. O filtro do ar condicionado, por exemplo, tem que ser trocado, lavado e substituído com frequência. Esse programa tem como objetivo manter o ar sempre saudável para evitar contaminação. Uma ventilação eficiente evita que bactérias que causam doenças fiquem no ar, porque o filtro do ar condicionado as retira”, explica.