A medicina vive uma revolução involuntária.
Desde que o novo Coronavírus apareceu, especialistas do mundo todo têm destacado a necessidade de equipamentos de proteção individual e coletivos para profissionais da saúde, por estarem em contato direto com o vírus.
Todo profissional da odontologia aprendeu sobre a importância dos EPIs durante a graduação. Entretanto, a regulamentação destes EPIs é relativamente recente.
Por isso, muitos destes equipamentos tiveram grande evolução de performance nos últimos 20 a 30 anos, desde que o CDC americano fez o manual de recomendações biossanitárias em 1993, seguido pela Anvisa anos depois.
Via de regra, todo dentista hoje utiliza, pelo menos, gorro, óculos de proteção, máscara, jaleco, luvas cirúrgicas ou de procedimento, além de calçados adequados.
No entanto, com a chegada da pandemia alguns procedimentos exigem o uso de máscaras tipo N95, além de luvas, protetores auriculares e aventais descartáveis.
Todos estes EPIs já estão bastante consolidados na prática e na bibliografia científica da odontologia, porém, outros cuidados redobrados se fazem cada vez mais necessários nos dias de hoje.
Os cuidados devem ir além dos tradicionais já conhecidos pelos profissionais. A área influencia muito no risco da contaminação.
Mesmo antes da pandemia, havia uma porcentagem de profissionais de saúde que não se preocupavam com a biossegurança e há estudos atuais que mostram esse descuido. Hoje, com a covid-19, os cuidados precisam ser redobrados, tanto para os dentistas, quanto para os pacientes.
Em curso organizado por meio de software em 2020, além de reforçar os principais pontos da Biossegurança, desdobrei diversos pontos de atenção sobre o tema e trouxe novos insights para o mundo da odontologia.
Além dos paramentos que já eram utilizados, e que hoje devem ser 100% descartados, os procedimentos devem começar por contato telefônico com o paciente.
No momento do agendamento, a primeira pergunta deve ser se ele teve contato com alguém que testou positivo ou se ele está com algum sintoma ou alteração.
Na chegada ao consultório, a sua temperatura deve ser aferida e deve ser oferecido álcool em gel e ‘propé’ para entrada na clínica; além disso, uma nova anamnese deve ser realizada pessoalmente.
Ao entrar na sala, ele deve fazer o bochecho com soluções antissépticas para diminuir a flora na saliva.
As salas das clínicas, mais do que nunca, precisam de uma atenção especial em tempos de pandemia.
Antigamente, uma simples higienização já garantia um ambiente livre de bactérias, e as consultas podiam ser realizadas de dez em dez minutos; hoje em dia, o panorama mudou e os órgãos competentes indicam que as consultas devem ter um espaço de meia hora até uma hora para higienização completa do ambiente entre uma consulta e outra.
A sala precisa do seu tempo de desinfecção, este é um processo sério e que precisa ser levado com muita cautela por profissionais e auxiliares. Muitos auxiliares não têm um treinamento correto e precisam passar por essa nova atualização.
Há necessidade que todos tenham consciência de que a sala precisa do seu tempo de desinfecção e que todos os equipamentos de EPIs devem ser descartados.
Além disso, um manual de boas práticas deve ser criado pela clínica, assim, todos vão estar aptos a fazer os procedimentos. Antes, as pessoas não se atentavam a isso; hoje, as pessoas estão mais atentas com as orientações e com maior percepção de que a biossegurança é uma aliada.
A taxa de mortalidade no ambiente de trabalho pelo novo Coronavírus varia de acordo com a idade do profissional e tipo de atividade desenvolvida. O uso contínuo dos EPIs de acordo com as recomendações técnicas e legais é essencial para profissionais, seus colaboradores e pacientes.