A COP-26 reuniu 200 países para buscar ações efetivas para diminuição da emissão de gases poluentes pelo mundo, em novembro do ano passado.

Durante o evento, muitas decisões importantes foram tomadas, como por exemplo, a regulamentação do mercado de carbono, o desmatamento ilegal zero e a redução de 30% nas emissões de metano do planeta.

O Brasil encerrou a conferência assumindo o compromisso de reduzir 50% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030 e neutralizar as emissões de carbono até 2050.

Além disso, o país assinou acordos multilaterais para proteção de florestas tropicais e redução na emissão do gás metano.

Considero o Brasil como participante relevante na condução dos trabalhos. Nosso país conseguiu demonstrar diversas ações sustentáveis que já tem, como por exemplo, a adoção de matriz energética limpa e o cuidado no uso da terra.

O que esperar do Brasil agora

Mesmo com outros países criticando o Brasil por manter o mesmo compromisso de redução de CO², que havia sido firmado em 2015, deve ser analisado o alto índice anteriormente. Enquanto Estados Unidos e União Europeia firmavam um acordo em 26% e 40%, respectivamente, o Brasil estava firmando 43% de redução.

Outro ponto a ser observado é que de 2020 a 2021 houve uma diminuição na emissão de dióxido de carbono. A meta de redução de emissões não pode aumentar, uma vez que nossas emissões são muito baixas.

Mesmo com essa situação será um ano desafiador, e o país precisará organizar dados concretos de emissão.

O Brasil precisa organizar os dados de suas emissões, do que consegue sequestrar e definir metodologias para apresentar projetos concretos que evidenciem seu potencial de solução dos problemas climáticos para que na COP-27 possamos apresentar projetos sólidos e assim acessar recursos.

O ideal agora é que o governo brasileiro comece a colocar em prática tudo aquilo que foi acordado. É necessário entrarmos em ação para atingir as metas assumidas em Glascow, assim podemos ter a confiabiliade para parcerias e financiamentos.

Na opinião da advogada especialista em Direito Ambiental, o Brasil poderia ter melhorado seus acordos fazendo a inclusão dos sequestros de GEE, realizado pelo Agro com suas tecnologias sustentáveis.

Eleições e o meio ambiente

Além de se preparar para cumprir os acordos da COP-26, este ano o Brasil também enfrentará uma nova eleição presidencial e congressista no país.

Por isso a importância de se analisar as promessas de políticas ambientais dos futuros candidatos, e o que o que se deve levar em consideração na hora de analisá-las.

Será imprescindível que o candidato tenha conhecimento dos problemas e soluções ambientais do Brasil. O potencial brasileiro é de produção de alimentos, fibra, energia renovável e serviços ambientais e este candidato precisa entender isso para colocar o Brasil onde ele deve estar.

Além disso, é necessário que, após a eleição do candidato, a população cobre as medidas propostas, principalmente, as que dizem respeito ao Meio Ambiente. O ideal é que suas propostas estejam registradas em planos de governo oficiais, e sejam apresentadas aos eleitores de forma resumida e didática.

Até a COP-27 devemos levar grandes soluções para apresentação

É esperado que o Brasil consiga cumprir com o acordo, chegando a COP-27 com novas soluções, mas para isso, é necessário informação e transparência.

As medidas necessárias precisam ter planejamento e cronograma de execução, com previsão orçamentária ou informação de fonte de recursos.

Acabar com o desmatamento ilegal, por exemplo, requer medidas de regularização fundiária, aumento de efetivo de fiscalização, equipamentos e ações que precisam ser apresentados de forma clara.

Um método muito importante para cumprimento de todas as ações e boa visibilidade na próxima COP é o pagamento por serviços ambientais; não há melhor forma de realizar ações ambientais eficientes do que com remuneração.

O Brasil pode ter uma ótima apresentação na próxima COP, se o governo e empresas privadas se unirem para agir.

Acredito que o Brasil é capaz de implementar ações realmente efetivas para o atingimento das metas e compromissos assumidos.

Se o Governo e a iniciativa privada agirem em conjunto, o Brasil é capaz de levar grandes soluções para a próxima COP, além de conseguir bons avanços na direção do cumprimento dos compromissos assumidos.