Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP desenvolveram diferentes métodos, em três frentes.

Um deles permite fazer testes para identificar o vírus em equipamentos disponíveis na maioria dos laboratórios do País.

A técnica se dá por meio de reagentes produzidos no Brasil, e reduzirá o tempo de detecção da doença para quatro horas, com a mesma eficiência do teste convencional.

Outro método de teste rápido usa anticorpos para identificar pessoas infectadas a partir de secreções produzidas na garganta.

E o 3º seria um teste sorológico pelo método Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) – ensaio monoenzimático.

A ideia é saber quem, em tese, já foi curado e está imunizado. Isso poderá facilitar o retorno gradual da população às atividades pós-isolamento, após a fase mais crítica da pandemia.

O coordenador da pesquisa, professor Edison Durigon, do ICB, comenta que o diagnóstico da Covid-19 normalmente é feito por meio de testes moleculares, sendo que a técnica mais usada é a chamada PCR (Reação em Cadeia da Polimerase).

Esses testes, em geral, oferecem seus resultados em cerca de seis a oito horas, no entanto, o equipamento necessário é muito caro e só é disponível em grandes laboratórios.

Além disso, os reagentes utilizados são importados e possuem uma demanda muito grande em todo o mundo, o que dificulta sua aquisição.

Assim, desenvolveu-se um teste molecular com base em PCR, podendo ser realizado em equipamentos disponíveis na maior parte dos laboratórios clínicos brasileiros.

Esses testes oferecem respostas em 4 horas e teria a mesma sensibilidade e especificidade dos diagnósticos feitos com o PCR em tempo real, através de reagentes produzidos no Brasil, popularizando os diagnósticos.

Finalmente, um 3º teste também pesquisado no Laboratório de Virologia do Departamento de Microbiologia do ICB identificaria a infecção do vírus em secreções da garganta, por meio de fragmentos de proteínas da superfície do vírus Covid-19.

Anticorpos produzidos a partir desses fragmentos, inoculados em animais de laboratório serão utilizados para montar os testes.

Os testes clínicos devem estar disponíveis em cerca de 20 dias.

O professor ressalta que o mais importante é a qualidade dos testes, para que não se apresentem problemas com a detecção dos vírus nos diagnósticos.

Ele aponta também que, testes já disponíveis no mercado, que detectam anticorpos do vírus Sars-CoV-2, mostra quem já teve a doença e está protegido; nos casos de pacientes assintomáticos, os que possuam estes anticorpos, estão imunizados e não vão pegar a doença novamente, estando liberados para retomarem suas atividades normais.

Teste sorológico pelo método Elisa está sendo padronizado e também usa equipamentos encontrados na maior parte dos laboratórios brasileiros.

Esse teste mostra as pessoas que foram infectadas e já se encontram curadas, permitindo ao Ministério da Saúde e às Secretarias de saúde estaduais e municipais, um melhor direcionamento das estratégias possíveis para impedir a disseminação da doença.

Fonte: Jornal da Usp