Com o surgimento da pandemia muitos começaram a se preocupar mais com a alimentação, afinal todas as notícias demonstravam que o que poderia nos proteger do novo vírus seria nossa imunidade inata, aquela que nos é natural e é construída através do nosso contato com patógenos, mas também por nossos hábitos, pela qualidade da nossa alimentação.

Por isso mesmo, não existem super alimentos capazes de nos blindar de infecções virais ou bacterianas, mas, com certeza, uma boa alimentação é a base de uma imunidade mais estruturada.

E isso é bem simples, pois devemos nos alimentar com alimentos frescos e in natura, o máximo possível, valendo ainda a premissa de que verduras, frutas e legumes devem ser a base da nossa alimentação.

O Guia Alimentar para a população Brasileira do Ministério da Saúde recomenda, além dos alimentos in natura e minimamente processados (descasque mais e abra menos embalagens), ainda orienta o consumo de arroz, aveia, leguminosas – como o nosso querido feijão – peixes, ovos carnes magras e oleaginosas  – como as castanhas –  nozes e amêndoas e boas fontes de gordura vegetal como azeite e abacate.

Uma dica importante é planejar as compras antecipadamente para comprar os alimentos da época, que são mais nutritivos e baratos. Para organizar a lista de compras é interessante planejar o cardápio da semana, assim você economiza tempo e dinheiro, já que evita desperdícios comprando alimentos desnecessários.

Para ajudar na organização das compras, os produtos da safra de fevereiro e março, mas sempre verifique na sua região, pois podem haver algumas diferenças em razão de chuvas ou estiagem:

  • Frutas: Abacate, ameixa, carambola, figo, pinha (conhecida em algumas regiões por fruta-do- conde), goiaba, jaca, maçã, pera.
  • Legumes: Abóbora, gengibre, milho-verde, pepino, pimentão, quiabo, tomate
  • Verduras: Cebolinha, escarola, hortelã, louro, repolho
  • Frutas: Abacate, abacaxi, ameixa, banana-maçã, banana-nanica, goiaba, jaca, limão, maçã, pera
  • Legumes: Abóbora, abobrinha, berinjela, beterraba, cará, chuchu, jiló, nabo, pepino, quiabo, tomate
  • Verduras: Acelga, alface, alho-poró, coentro, escarola, repolho, rúcula

Bons hábitos, como o consumo de alimentos saudáveis, consumo adequado de líquidos, principalmente água e exercício físico, além de auxiliar nosso sistema imunológico, nos ajudam no gerenciamento do stress que veio com o isolamento e com as incertezas sobre a doença.

Existem alimentos contra indicados nos casos em que haja suspeita ou casos de Coronavírus?

O que se preconiza é o cuidado com as comorbidades que tenham algum comprometimento do sistema imunológico, podendo ser agravantes nos casos de Covid-19.

  • Gorduras Saturadas como as presentes na manteiga, no bacon, queijos amarelos, carnes de boi e porco gordas e as gorduras trans (presentes nos alimentos ultraprocessados como as margarinas, nuggets, empanados, congelados industrializados), pois o consumo desses produtos reduz a atividade das células protetoras, prejudicando a resposta imune.
  • Bebidas alcoólicas também interferem na resposta imune.
  • Alimentos ultraprocessados, com grande quantidade de sal, gordura e açúcar, como caldos industrializados, refrigerantes, sucos em caixinha, embutidos, etc

São produtos pobres em nutrientes e que comprovadamente estão associados ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis como a hipertensão arterial, diabetes tipo II e obesidade, e que não ao acaso, são fatores de risco para o Covid 19.

E a vitamina D? Preciso suplementar? Vitamina C, quais as fontes? Seria interessante suplementar?

A vitamina D vem recebendo destaque, pois alguns artigos demonstraram que os pacientes com evolução mais grave tinham níveis de Vitamina D sanguínea muito baixos. Pois bem, a vitamina D pode ser adquirida de forma natural e gratuitamente através de banhos de sol, sem uso de filtro solar, por 15 minutos, as fontes alimentares como leite, ovos e carnes em geral não conseguem suprir adequadamente nossas necessidades de vitamina D.

Quanto a vitamina C, as fontes alimentares são tão abundantes e variadas que não há necessidade de suplementação, a não ser em casos muito específicos, que devem ser orientados pelo nutricionista ou médico.

As fontes alimentares além de frutas cítricas como o limão, laranja, kiwi, morangos, caju, goiaba, brócolis, couve, salsa, etc. Lembrando que as frutas devem ser consumidas, sempre que possível, com casca para aproveitamento das fibras e devem ser consumidas imediatamente, pois o contato com o oxigênio inativa o ácido ascórbico (vitamina C).

Fica a dica: ao cozinhar alimentos como brócolis, couve e salsa use o vapor para perder o mínimo possível do nutriente e os sucos e frutas devem ser consumidos imediatamente para melhor aproveitamento da vitamina.

Sabemos que um importante componente da nossa imunidade é um boa noite de sono, e nesse quesito a alimentação também tem interferência.

Para ter uma noite de sono tranquila e reparadora, evite refeições mais pesadas no período noturno. Prefira saladas, omeletes, sopas, grelhados com legumes e tente incluir os seguintes alimentos na sua rotina para melhorar a qualidade do sono:

  • Aveia – a aveia tem melatonina, o hormônio que induz ao sono, portanto se precisar de um lanchinho antes de dormir, opte por um mingau de aveia.
  • Banana – a banana tem triptofano e magnésio que funcionam como sedativos naturais.
  • Ovos – Também, é fonte de triptofano, portanto use como aliado para uma boa noite de sono.
  • Chá de camomila – a camomila tem efeito calmante.

Adote o chá antes de recolher-se, isso mesmo! Um gostoso chá calmante como passiflora (maracujá), camomila, melissa que ajudam a relaxar e avisar ao corpo que está na hora de dormir.

A alimentação, durante a pandemia e a qualquer tempo, merece nossa atenção por ser um dos principais pilares da nossa saúde e bem estar, alimentar-se bem é cuidar e amar a sí mesmo e aos que nos rodeiam.

Referência : Guia alimentar da população Brasileira