Governos do mundo todo têm adotado medidas extraordinárias a fim de tentar conter o avanço da epidemia do coronavírus; no entanto, os reais efeitos causados pelo vírus no corpo humano ainda confundem muito a ciência.
Os sintomas podem indicar diversas doenças respiratórias. Certamente, já se conhece o modo como o vírus é disseminado, através de tosse ou por espirro, por gotículas que se espalham; partículas contidas nessas gotículas fixam-se a receptores nas células ao fundo de passagens nasais.
Proteínas pontiagudas se sobressaem da superfície do vírus e como ganchos, prendem-se à membrana celular, despejando ali seu material genético e ‘enganando’ o metabolismo celular, que agora passa a trabalhar em função de multiplicar esse novo material e formando novos vírus.
Conforme os vírus se multiplicam infectando novas células adjacentes, sintomas começam a surgir, com inflamação e tosse seca no fundo da garganta, enquanto os vírus seguem avançando pelos dutos dos brônquios. Ao chegar aos pulmões, as mucosas inflamam, podendo danificar alvéolos pulmonares. Então, estes alvéolos precisam trabalhar mais para fornecer a mesma quantidade de oxigênio ao sangue circulante e remover a toxicidade do dióxido de carbono do sangue que é exalada na expiração.
O inchaço causado pela inflamação pulmonar dificulta a passagem de oxigênio pela mucosa; tudo isso pode levar essas áreas do pulmão a se encherem de fluído, pus e células mortas, e causar pneumonia.
Algumas pessoas vão necessitar de aparelhos para respirar melhor, com mais oxigênio devido a esse alto grau de problemas e outros, em casos piores, adquirem a síndrome do desconforto respiratório agudo, quando os pulmões ficam muito cheios desses fluidos, em um ponto que os aparelhos serão insuficientes e o paciente morre.
Estranhamente, os indícios da doença podem não aparecer de imediato, iniciando-se em áreas periféricas dos pulmões e demorando um pouco para chegar ao trato respiratório superior, à traqueia e a outras vias aéreas centrais. Muitos dos primeiros casos não foram identificados imediatamente.
Conforme a doença avança, as tomografias apresentam uma espécie de opacidade como um véu cobrindo partes do pulmão que podem aumentar e se espalhar, criando um padrão chamado por radiologistas de ‘pavimentaçao heterogênea’.
Os pulmões podem não ser a única área afetada pela doença e a infecção pode se espalhar do nariz ao reto, pelas mucosas; é provável que por essa razão, alguns pacientes apresentem sintomas como diarreia e indigestão. O vírus também pode chegar ao sistema circulatório.
Centros para a Prevenção e o Controle de Doenças detectaram o RNA do novo coronavírus em amostras de sangue e fezes, ainda que não se saiba se o vírus permanece infeccioso no sangue ou nas fezes. A medula e órgãos como o fígado podem inflamar e alguma inflamação dos capilares também pode ocorrer.
Os vírus podem invadir o sistema nervoso central e provocar encefalites e mielites. Parece ocorrer por meio de nervos como o trigêmeo e o nervo olfatório. Pesquisadores também alertam para a possibilidade de problemas neurológicos a médio e longo prazo.
Por que enquanto alguns têm sintomas relativamente leves (cerca de 80%), outros adoecem muito mais, e cerca de 2% destes morre?
Especialistas dizem que os efeitos parecem depender do sistema imune individual; pessoas mais velhas e os que apresentam outros problemas de saúde, como diabetes e outras doenças crônicas, possuem maior risco de desenvolver sintomas graves.
Os cientistas ainda desconhecem muito sobre os pacientes doentes com coronavirus; a doença se assemelha muito à SARS e tem muito em comum com o influenza e a pneumonia. Porém, o desenvolvimento da infecção pelo coronavírus no paciente ainda não é totalmente compreendido.
Há pacientes que apresentam quadro estável, e de repente desenvolvem pneumonia; outros, parecem recuperados, e então voltam a apresentar sintomas. Outros ainda, são tragicos mistérios, como o caso de um casal, em que a infecção do marido, cujo quadro de saúde parecia estar melhorando. Então, a situação dele piorou e ele foi hospitalizado em UTI, onde recebia oxigênio. Ele enviou mensagens de texto à sua esposa dizendo que se sentia melhor e tinha apetite, mas no fim da tarde, ela parou de receber mensagens e às dez da noite, foi avisada do hospital que seu marido havia morrido.