De acordo com levantamentos da Prefeitura de São Paulo, é possível que sejam requisitados acordos entre hospitais da rede pública e particular para que se possam disponibilizar 20% de novos leitos de UTI da rede privada, em caso de situação de calamidade pública.
O Secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, ressaltou que o uso da rede privada é um plano de retaguarda, que só deve se intensificar após esgotamento de todas as opções de crescimento da oferta de vagas na rede pública.
Se mais demandado, em caso do surto de coronavírus, o SUS só possui 44% dos leitos de UTI do País.
O prefeito Bruno Covas afirmou que em 43% dos quase 250 hospitais privados, há praticamente 4.000 leitos que interessariam para este propósito. Neste caso, as entidades receberão R$2.100, pela diária do leito utilizado.
Edson Aparecido ressaltou que o levantamento realizado serve como medida de emergência, em que as providências de requisição só seriam tomadas após esgotadas as ofertas de vagas da rede pública e filantrópica.
No momento, metade dos 1400 leitos da rede pública já foi ativada.
Paulo Chap-Chap, diretor geral do Hospital Sírio Libanês foi consultado pela Prefeitura e se dispôs a ajudar em caso de requisição para transferências, em uma real necessidade. Ele também afirmou a capacidade do hospital de aumentar vagas dos leitos de UTI.
Atualmente com 60 leitos, informou a possibilidade de triplicá-los, afirmando a participação do hospital nos esforços para não se deixar chegar a uma situação de colapso, já havendo contribuído com equipes médicas e equipamentos como ventiladores, além de treinamento de profissionais de saúde. O Hospital das Clínicas recebeu apoio de equipes de enfermagem, fisioterapia e farmácia.
José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina defende uma gestão de apoio a parcerias público-privadas, de forma a reorganizar um modelo pré-existente em que a rede privada atende de 4 a 5 vezes menos do que a rede pública.
Na Espanha, uma reação drástica foi tomada pelo Ministério de Saúde, quando chegou à confirmação próxima a 8000 casos de infecção pela Covid-19 e 288 mortes, anunciando a estatização de todos os hospitais privados. Atualmente, o número de mortos já ultrapassa 25 mil; no Brasil, chegou-se a 7288 óbitos.
Em declaração de Amaral, a intenção da parceria é reduzir a mortalidade e promover melhor atendimento a todos.