Em tempos da pandemia, manter o trabalhador saudável, mesmo que à distância, é responsabilidade das empresas e papel da medicina ocupacional.

A modalidade ‘home office’ (teletrabalho) está em vigor no País desde 2017. Nela, o trabalhador recebe a permissão da empresa para exercer suas atividades fora das dependências da empresa, de modo que desempenhe as mesmas funções e com as mesmas responsabilidades que eram desenvolvidas no interior da empresa.

Com as medidas adotadas para combater a transmissão do novo coronavírus, a adesão ao trabalho à distância foi a maneira mais eficiente que as empresas encontraram para não paralisarem suas atividades.

A Medicina Ocupacional tem um papel determinante em tempos de Covid-19, afinal de contas, os serviços de saúde ocupacional precisam ser mantidos para a contenção da transmissão do novo coronavírus.

O médico do trabalho, coordenador do PCMSO, por exemplo, possui autonomia para definir os critérios de enquadramento dos trabalhadores no grupo vulnerável, bem como discutir medidas preventivas específicas para esse grupo, conforme o perfil epidemiológico da população atendida e do ramo de atividade econômica, participando ativamente na definição da política de saúde adequada nesse momento crítico.

Nesse sentido, além de comunicar os grupos vulneráveis (resguardando o sigilo médico individualmente), a medicina ocupacional preconiza a prioridade no atendimento a trabalhadores com sintomas respiratórios e também, avalia a necessidade de realização dos exames ocupacionais conforme essa suspensão ofereça risco para a saúde do empregado (Medida Provisória 927 de 22 de março de 2020).

Para os trabalhadores que não podem exercer suas funções remotamente, o médico do trabalho pode contribuir com orientações importantes, como o estímulo à lavagem das mãos com fornecimento de dispositivo de sabão líquido, papel descartável e lixo sem acionamento manual; estímulo à adoção de etiqueta de higiene pessoal e respiratória, incluindo a etiqueta higiênica (cobrir a boca com papel ou cotovelo ao tossir ou espirrar); orientação quanto ao não compartilhamento de equipamentos como teclado, telefone, mesas e demais objetos, e na manutenção da rotina de limpeza dos locais de trabalho – além de sugerir a disposição de álcool em gel em áreas comuns e de produtos de limpeza para higienizar a estação de trabalho antes do início de seu uso – e da manutenção de portas e janelas abertas para facilitar a circulação de ar, dentre outras recomendações.

Vale ressaltar que o home office é uma modalidade que se assemelha em responsabilidades com o trabalho nas empresas, e para que o profissional se mantenha produtivo e principalmente saudável, há que se criar uma rotina.

É fundamental que o trabalhador estabeleça hora para começar, pausar e terminar as tarefas. Também é necessário criar um ambiente em que ele esteja confortável, sem distrações que o impeçam de cumprir metas e de realizar pausas durante o dia, para que não fique cansativo.

Criar e manter uma rotina, como horário de almoço respeitado todos os dias, ajuda na saúde do corpo e da mente. Também é importante se organizar, estabelecendo tarefas e metas, diárias ou semanais.

Conquistada a meta, é imperativo que o trabalhador se desligue das demandas do home office, implantado controles para não trabalhar mais do que o normal, ou relaxar de vez e não conseguir entregar o que precisa dentro dos prazos estabelecidos.

Rotina e foco com saúde, sempre.