O tocilizumabe, medicação produzida pela Roche é utilizada na França contra a artrite reumatoide com bons resultados, e será investigado contra o coronavírus por sua capacidade de estagnar reação inflamatória. O medicamento bloqueia uma substância que produz exacerbada reação inflamatória, a interleucina 6, e que também ocorre na Covid-19.

No caso da Covid-19 a forte exacerbação inflamatória libera diversas substâncias no corpo dos pacientes, ocasionando disfunções nos órgãos, especialmente nos pulmões, de acordo com a coordenadora de UTI da Beneficência Portuguesa, Viviane Cordeiro Veiga.

De acordo com informação dada pela Assistência Pública-Hospital de Paris (AP-HP), responsável pela pesquisa na França, o medicamento reduziu “significativamente” a proporção de pacientes que tiveram de ser transferidos para terapia intensiva, ou que morreram, comparados aos que receberam tratamento padrão.

No final de abril de 2020, os pesquisadores franceses divulgaram os resultados positivos obtidos pela aplicação da droga em pacientes com coronavírus.

No entanto, especialistas ressaltam que o medicamento foi testado em um número reduzido de pessoas e demanda mais testes.

Pesquisadores da Coalizão Covid Brasil, que integra os hospitais do coração (HCor), Sirio Libanês, Albert Einstein e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet), coordenarão os estudos.

O estudo aprovado pelo Conep – Comitê Nacional de Ética está recrutando 150 pacientes internados com coronavírus e quadro de pneumonia considerado de moderado a grave; 50% dos pacientes do grupo receberão a droga e a outra metade não. Espera-se obter respostas no período de 2 meses.

Pacientes com algum comprometimento pulmonar, mas ainda em fase inicial serão o alvo da pesquisa, preferencialmente aqueles que ainda não tenham sido entubados, ou que estejam no máximo há um dia com o tubo. O objetivo é verificar se o remédio pode evitar que o paciente piore.

Se eficaz, vai ser aplicado em pacientes hospitalizados, para que não cheguem a precisar de respirador e de UTI, podendo assim, evitar quadros piores, quando o risco de morte aumenta.

Após quase cinco meses do início da pandemia, ainda não existe nenhuma droga considerada eficaz contra a doença.