O profissional de saúde é àquele que adentrou as ciências da saúde com o papel de trabalhar a prevenção da doença, promoção da saúde e o cuidado ao doente, ora paciente, utilizando de um saber técnico-científico e obedecendo critérios de bioética (PRIMUM NON NOCERE).
Na percepção do cuidado, o profissional deve coletar dados sobre o estado de saúde do paciente numa anamnese bem detalhada, observando as queixas, verificando os sinais e sintomas e elaborando um plano de tratamento. São esses profissionais que estarão atuando na saúde privada, pública, clínicas, hospitais, atendendo epidemias e até pandemias que, sem sombra de dúvidas, necessitam de ferramentas de trabalho e de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Nesse momento da História Mundial, estamos com a Pandemia do Coronavírus que provoca a COVID 19. Por se tratar de uma doença nova, sem muitos dados científicos, os profissionais de saúde e outros profissionais que são essenciais junto à saúde, têm trabalhado de forma intensa e perigosa. Segundo a SBI – Sociedade Brasileira de Infectologia, a capacidade de contágio para esse novo coronavírus (SARS-Cov 2) é de um para 2,74 pessoas. Profissionais de saúde devem utilizar equipamentos de proteção individual para precaução das gotículas em atendimentos de pacientes suspeitos ou confirmados com o COVID 19; máscara cirúrgica (N95, PFF2); avental impermeável, luvas e protetor facial.
Para além do enfrentamento da COVID-19, há o enfrentamento da falta de EPIs, deixando todos esses profissionais susceptíveis. Diversos hospitais relatam falta das máscaras N95 e PFF2, específicas para ambientes contaminados por aerossóis, comuns em doenças respiratórias, já que as gotículas finas expelidas pela tosse ou espirro medem cerca de 1 a 5 micrômetros sendo 30 vezes menores do que um fio de cabelo. Faltam pois, EPIs adequados (máscaras e aventais), informações sobre tratamento e repouso necessários para uma boa atividade laboral. Segundo alguns enfermeiros: “É tanto tempo que a gente passa isolado cuidado do paciente, que ao final dos plantões, o rosto arde e a boca fica ressecada”.
Há também UTIs superlotadas e poucos profissionais intensivistas e capacitados para a precisão do cuidado que os pacientes exigem. O risco de contaminação durante a intubação desses pacientes graves pelos profissionais de saúde merece toda a atenção. Destaca-se ainda a fragilidade da saúde mental desses trabalhadores que se tornaram protagonistas nesse processo, após encararem rotinas exaustivas e muitas vezes bem dolorosas. Recomenda-se o afastamento daqueles que apresentem condições clínicas de risco para infecção grave pra COVID-19 (idade avançada, diabetes, doenças cardíacas, renais, hepáticas, obesidade, gestação…).
A preservação da saúde desses grupos essenciais, e de outros que se mantêm trabalhando por circunstâncias socioeconômicas, é fundamental para controlar a disseminação da doença e para a manutenção das pessoas em isolamento, confinamento ou quarentena, assim como para a atuação do próprio serviço de saúde e das demais atividades essenciais. Nessa pandemia podemos citar como atividades essenciais fora da saúde, as seguintes profissões: gari, operador de caixa de loja, estoquista, entregador, repositor de mercadorias, motoboy, caminhoneiro, entre outras. Medidas preventivas são necessárias para atividades com maior risco de exposição, pois é grande a insegurança.
Todo trabalhador deve ser preparado para esse momento tão delicado, entendendo que suas profissões são importantes para esse enfrentamento. Os profissionais de saúde devem estar com todos os EPIs preconizados e ter ciência do seu correto descarte após o uso para não se contaminarem. A utilização de máscaras e o uso de álcool em gel a 70% são imprescindíveis para todos esses profissionais e toda a população. Para assegurar condições laborais que propiciem redução na transmissão do vírus, medidas organizacionais necessitam ser discutidas no âmbito de cada atividade de trabalho e a práxis da Saúde do Trabalhador voltadas ao controle da pandemia. Cabe ao poder público, a tomada de decisões. Cabe às entidades de classe, reagir ao que encontrarem como descaso e se manifestarem como bons signatários. Cabe à sociedade civil organizada defender o interesse de todos os que se arriscam. Vale à vida! Vale à defesa da vida!
Infelizmente, Dra Cristine, a curva dessa pandemia demorara diminuir, porque não é somente o isolamento social, mas, toda a estrutura medica deficitaria com a falta de proteção dos agentes da saude e os regulamentos que não são respeitados por alguns governantes! Falta equipamentos porque a economia é mais importante que a vida!