Plano de emergência, contingência, compliance, catástrofes ou crise! Você, profissional da área de Saúde e Segurança do Trabalho está mais do que acostumado com estes temas que fazem parte do dia-a-dia de sua profissão. Mas, o que está mudando ou já mudou com a pandemia do COVID-19?

Os processos podem ter mudado, as práticas e as relações que precisam ser seguidas à distância podem ser uma realidade que pode ficar como legado, mas o maior benefício para o Brasil pode estar pautado na cultura prevencionista. Somos um dos melhores países do mundo em construção de normativas de Saúde e Segurança no Trabalho, na formação de especialistas de Saúde e Segurança no Trabalho, referência em muitas teses e em certificações. Mas, por que temos indicadores e dados que nos colocam em situações desconfortáveis?

É simples; no Brasil, a Saúde e Segurança no Trabalho nasceu como uma atividade de responsabilidade de um grupo de profissionais chamado de SESMT ( Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho), e a estes profissionais foi dada a responsabilidade pelos acidentes e doenças ocupacionais, como se estes profissionais fossem também responsáveis pelos números desastrosos de acidentes e doenças ocupacionais, inclusive as mortes decorrentes de acidentes de trabalho.

Agora com o COVID-19 fica muito clara a cultura “prevencionista” existente em nosso país. Com a pandemia e as disputas políticas, as pessoas de fato colocam suas ideias às claras. Para os profissionais prevencionistas acostumados com essa cultura, nenhuma novidade é percebida no fato da busca pela culpa! No Brasil, há uma prática comum em dividir responsabilidades; adota-se a justificativa de encontrar um culpado, afinal é “nossa cultura” e isto afasta as nossas próprias obrigações e responsabilidades individuais como pessoas responsáveis pelos próprios atos e cuidados.

De fato, precisamos fazer nosso povo pensar diferente, pois não existe uma única causa raiz frente à pandemia, as mortes, o bloqueio das atividades econômicas, as atitudes da população, o isolamento horizontal ou vertical. Quando estamos diante de uma crise desta magnitude, é o conjunto das medidas preventivas que irá nos colocar em uma posição melhor ou pior, frente aos dados mundiais e, mesmo assim, não podemos fazer comparações com realidades e fatores de análises tão diferentes, mesmo para compararmos uma cidade com  outra ou um estado com outro, quem dirá um país a outro país.

O que irá pautar nossos resultados será nossa atitude como Nação. Chamo você para uma reflexão comum vivida por muitos profissionais de SESMT em suas experiências, quando se atua em uma empresa onde todos os trabalhadores têm o mesmo propósito pautado na prevenção e respeito pela vida, cumprindo normativas e procedimentos preventivos. Mesmo em atividades de alto risco, os melhores resultados são alcançados, este modelo é conhecido como ganha – ganha! COVID-19 não é diferente! A responsabilidade é de todos!

Hoje temos a tecnologia e o tratamento de dados favorecendo ainda mais as áreas de SST. Por meio de softwares de gestão, como o FAPonline (Gestão Integrada de Saúde), conseguimos encontrar os melhores indicadores de SST, relacionar dados do perfil de saúde e de riscos, e enxergar particularidades individuais de cada trabalhador.

Os cuidados da área aumentam em escala e assertividade na prevenção. Mas a prevenção tem que estar somada às práticas diárias de cada um de nós. Vamos aprender com este histórico momento olhando para as nossas atitudes, apoiando e respeitando os procedimentos construídos por cada empresa e cada segmento econômico; deixem os profissionais de SESMT trabalharem, não se trata de orientação Federal, Estadual ou Municipal, vamos apoiar as estruturas de SESMT, a responsabilidade individual, a colaboração e respeito ao próximo, pois assim vai ficar mais fácil passar pelos desafios que temos pela frente, #Juntos Somos Mais Fortes! Pensem nisto!