Eficiência é a palavra da vez quando o assunto é o mercado de iluminação no Brasil. Além de projetos mais elaborados em torno de beleza, bem-estar e saúde, a combinação de fatores como redução de consumo, maior luminosidade e menor impacto ao meio ambiente, entre outras, está ganhando cada vez mais espaço.

Aquecido, mesmo em um cenário econômico que enfrenta os impactos da pandemia, o mercado tem seguido o fluxo de recuperação da construção civil seja em novos projetos de melhorias de infraestrutura urbana, nos empreendimentos imobiliários ou nas reformas domésticas. Isso, claro, tem movimentado empresas e profissionais do setor na busca por soluções e alternativas para atender diferentes demandas e necessidades no setor público ou no privado.

Se por um lado, a pandemia impactou os espaços corporativos e estabelecimentos comerciais, as casas ganharam mais atenção e diversidade por conta das operações em home office. Neste sentido, não foi só a necessidade de transformar algum cômodo em escritório que motivou pessoas a investirem em iluminação, mas o fato de permanecerem mais tempo em casa também fez com que buscassem na decoração e na iluminação maior conforto.

Chama cada vez mais atenção, as possibilidades de reforçar características de áreas de lazer, descanso, trabalho, leitura, reuniões familiares, entre outras, que permitem aos projetos luminotécnicos explorarem uma variedade de cores e ir além de padrões de beleza e funcionalidades tradicionais e, em alguns casos, evidenciam conceitos de neuroarquitetura (composição de ambientes de modo a impactar positivamente no bem-estar e envolvendo design, decoração e iluminação).

É fato que toda esta transformação traz desafios aos lighting designers em termos de criatividade, inovação e bem-estar. O que é bom tanto para os profissionais quanto para os consumidores. Em meio às inúmeras opções no mercado, a aposta em luzes que não ofuscam e também em peças desenhadas para tecnologia LED são acertadas para conforto e economia.

Mas, não é só em casa que as mudanças são necessárias. Como, além da pandemia, o país enfrenta uma nova crise hídrica, vale trazer luz à importância da iluminação pública na economia e sua contribuição para um consumo mais consciente.  A inclusão da tecnologia LED em espaços como ruas, parques e praças traz inúmeros benefícios, como a redução da criminalidade, por iluminar melhor os locais e dos impactos no meio ambiente, em comparação com as luzes a vapor, e economia de 50% em termos de geração de energia.

São vantagens que atingem toda a cadeia – órgãos públicos, cidadãos e as fontes geradoras de energia. No caso do Brasil, as hidrelétricas, principalmente em épocas de estiagem de chuvas e baixo nível dos reservatórios. De olho nisso, algumas cidades, por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) vêm substituindo as tradicionais luzes amarelas. São Paulo, por exemplo, já realizou a troca em quase metade dos postes municipais.

Nos hospitais, a transformação também é perceptível. As luzes brancas continuam a iluminar o interior desses locais e ganham o reforço das luzes ultravioletas do tipo C (UVC) que possuem a capacidade de esterilização dos ambientes. A tecnologia, da mesma forma, pode ser usada na assepsia de equipamentos, ao eliminar microrganismos como vírus e bactérias, contribuindo para o bem-estar e saúde de todos e reforçam os cuidados em tempos de pandemia, como a da covid-19. Seu uso deve ser feito com todos os cuidados, já que a exposição por longo tempo pode ser prejudicial à saúde.

Além disso, o uso de iluminações complementares para maior conforto dos pacientes e auxílio no trabalho dos profissionais da área, como os balizadores de vigia, que possibilita aos médicos e enfermeiros prestarem assistência ao enfermo sem incomodá-lo; a luz do acompanhante para leituras e a luz de bancada para auxiliar na higienização de itens de forma direcionada ganham espaço nas instituições.

É certo que a iluminação vem assumindo um protagonismo cada vez maior em projetos de diferentes setores e muito disso se deve a uma exploração cada vez mais dinâmica das diversas possibilidades funcionais e que vão muito além da relação claro e escuro. É usar a luz como recurso e como diferencial, o que abre uma série de oportunidades para a indústria e de opções para o consumidor final.