Algumas pessoas questionam quanto custa investir na felicidade dos colaboradores. E eu, curiosamente, passei a refletir e estudar sobre o quanto custará não investir. E foi em busca desta resposta que tive a oportunidade de fazer a formação de Chief Happiness Officer (CHO).

Em primeiro lugar, gostaria de enfatizar que o CHO não é a nova profissão da moda, mas sim a resposta a uma urgência do nosso momento: o novo normal nos transformou em seres digitais e promoveu um estilo de vida desequilibrado, vivemos em um ritmo frenético, deixando de lado os nossos momentos de felicidade, e a verdade é que a felicidade nunca foi ensinada. Até então, não tínhamos matérias que abordassem a sua importância nas escolas ou universidades.

O CHO é, então, o guardião, o influenciador do tema da felicidade nas organizações, é alguém que atua em âmbito estratégico, apoia na disseminação do propósito corporativo, no desenvolvimento de uma cultura organizacional saudável e endereça a co-criação de uma liderança positiva. Lidera e organiza debates sobre saúde mental, emocional, espiritual e bem-estar nas organizações.

O trabalho desse profissional mostra a sua enorme importância quando pensamos nas vantagens de se ter um ambiente corporativo no qual os colaboradores estão felizes. Menor turnover, maior engajamento dos funcionários e impactos positivos no crescimento dos negócios – esses são alguns dos benefícios que uma empresa pode ter ao promover a felicidade no ambiente de trabalho. Colaboradores felizes chegam a ser 31% mais produtivos, segundo uma pesquisa da Universidade da Califórnia.

E essa felicidade vem, principalmente, do sentido de propósito e significado dentro da empresa. Assim, se um colaborador souber como o seu trabalho agrega para a empresa e para a sociedade, as chances de ele estar feliz com o que faz são enormes. Autonomia para tomar decisões, identificação com os valores corporativos e um bom equilíbrio entre a carreira e a vida pessoal são outros fatores que impactam o bem-estar dos funcionários no ambiente de trabalho.

Infelizmente, ainda não são todas as empresas que valorizam suficientemente a criação de um ambiente de trabalho feliz. Esse é um dos motivos pelos quais 90% dos brasileiros estão infelizes com seus empregos, de acordo com um levantamento feito por Fredy Machado para seu livro “É possível: Se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional”.

Eu encontrei na formação em CHO um conteúdo riquíssimo e um método que equilibra muito bem a ciência e a arte; o pensamento e a emoção; e compartilho aqui meus insights e aprendizados:

  1. Podemos passar mais de 80 mil horas das nossas vidas trabalhando. E a maneira de ser feliz com isso é atribuindo um significado especial para aquilo que fazemos nas organizações. O que te move? O que te faz feliz?
  2. Felicidade corporativa é abstrato e ultrapassa as famosas festas e calendários de celebrações: trata-se da experiência constante e sustentável de sentir-se reconhecido, valorizado e realizado nas organizações; Shawn Achor, autor do livro “O Jeito Harvard de Ser Feliz” diz que ‘você não precisa de sucesso para ser feliz, mas precisa ser feliz para ter sucesso’.
  3. De quem é a responsabilidade da segurança psicóloga e da felicidade do seu time? Da organização? Do RH? Do próprio colaborador? Do líder? A resposta é: de todos, pois é uma responsabilidade partilhada. É um fato que cada um de nós precisa desenvolver autogestão para encontrar um trabalho que motive, desafie, e que proporcione relações mais positivas e, principalmente, um trabalho com significado. Porém, os líderes e os RHs podem trabalhar para criar uma cultura mais positiva e saudável, podemos atuar firmemente para reduzir e eliminar os grandes ofensores do resultado: turnover, absenteísmo, gestão da saúde, engajamento, acidentes de trabalho, entre outros.

Afinal, ser feliz é indispensável!