O Instituto Fórum do Futuro, grupo voltado para o debate de questões estruturantes do Brasil, a partir das perspectivas de desenvolvimentos sustentáveis, dá sequência à série “10 Minutos no Futuro”.

Divulgado através do canal do Youtube do Instituto, profissionais falarão sobre os desafios e os novos métodos e técnicas de produção e consumo que, auxiliados pela ciência e tecnologia, ajudarão na preservação ambiental do planeta.

Recebendo o membro da Academia Brasileira de Ciências, José Siqueira, no capítulo Amazônia, celeiro global de produtos naturais? abordou a capacidade de desenvolvimento sustentável na região da Amazônia, sem deixar de lado a preservação da floresta.

Na entrevista, Siqueira falou sobre o seu artigo Amazônia, desenvolver sem desmatar, que estará publicado no livro ‘As Tecnologias Sustentáveis que vêm dos Trópicos’, a ser lançado no mês de outubro de 2022 no Sebrae, em Brasília.

Para Fernando Barros, diretor de comunicação estratégica do Fórum do Futuro, o artigo é um dos principais que estarão presentes no livro, levando o mundo a repensar suas atitudes diante da Amazônia.

“A Amazônia pode se transformar no celeiro global de produtos naturais”, afirma Fernando.

De acordo com Siqueira, a Amazônia é extremamente rica e possui uma diversidade imensa de ambientes e de riquezas.

A região comercializa cerca de 1.000 produtos, sendo que uma parte é categorizada como ‘produtos de origem da floresta’, que são as cadeias produtivas que podem ser desenvolvidas mantendo a floresta em pé.

“O potencial é imenso e nós temos os ingredientes para fazer isso. Conhecemos pouco da Amazônia, mas esse pouco é o suficiente para definirmos processos e inovações que melhorem essa cadeia de produção e agregue valor aos produtos gerados e produzidos. Então, sem dúvida podemos transformar a Amazônia em um grande celeiro global de produtos naturais para o Brasil e para o mundo”.

Trazendo alguns exemplos, como o peixe pirarucu – que pode ser explorado pelas vias de manejo sustentável dos recursos – Siqueira explica que falta uma gestão desses processos e enfrentamento de algumas complexidades que existem nas cadeias de produção que precisam ainda ser melhoradas.

“Nós temos cadeias já estruturadas e novas, que ainda podem surgir, quando se considera a imensa biodiversidade de riqueza da Amazônia. Temos iniciativas já trabalhando processos tecnológicos e inovações para a exploração dos óleos. Possuímos as castanhas, e o próprio açaí – que tem um potencial tremendo – tendo sua matéria prima usada para uma série de outros produtos, que vão de cosméticos a alimentos especiais”.

Ao ser questionado por Fernando Barros sobre sua primeira providência para ajudar a acelerar esses processos caso assumisse o Ministério da Ciência e Tecnologia, José Siqueira afirmou que o primeiro passo seria entender, estruturar, agregar valor e desenvolver as cadeias de maneira sustentável.

“É preciso um programa arrojado de ciência de pesquisa e desenvolvimento que dê sustentação ao novo salto de desenvolvimento para a Amazônia. Colocar o conhecimento e a inteligência a serviço disso para poder transformar esse extrativismo pouco sustentável”, pontua.

A Amazônia desperta atenção internacional sob vários aspectos e, em especial, pelo seu interesse estratégico, tendo como maior preocupação o seu desmatamento e o uso irracional deste bioma. Para o membro da Academia Brasileira de Ciências, se faz necessária a viabilização de projetos e planos estruturantes baseados em soluções da natureza e em conhecimento científico.

São inúmeras as possibilidades que não estão devidamente sistematizadas para proporcionar renda, emprego e manutenção da floresta, que é o grande objetivo final do processo, conclui Fernando.

 

Sobre o Instituto Fórum do Futuro

 Grupo de reflexão independente debate questões estruturantes da sociedade brasileira, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.

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