O trabalho a distância se tornou realidade depois da pandemia e tanto colaboradores como empresas estão se adaptando ao novo cenário desenhado por conta do isolamento social. Todos os envolvidos, empregadores e empregados tentam se adaptar a um modelo ideal que atenda às necessidades de todas as partes.
De um lado, as pessoas se sentem mais confortáveis e têm mais qualidade de vida por trabalharem a distância com as vantagens da redução de custo, otimização de tempo e melhor qualidade de vida.
Do outro lado, empresas que entendem as vantagens que têm com esta distância, mas que ainda lidam com a dificuldade de manter a produtividade alta e controlar as tarefas do quadro de funcionários.
A grande maioria dos profissionais que hoje estão ativos no mercado de trabalho, algo em torno de 90%, afirma não estar disposta a voltar a trabalhar de forma totalmente presencial – as empresas estão oferecendo diversos benefícios em troca da mudança de mindset, porém, poucas pessoas parecem dispostas a abrir mão da liberdade que o trabalho em casa proporciona.
Uma pesquisa da WPC mostra que este número cai para 70% quando a proposta se limita à presença física por três dias na semana.
E se a empresa não for flexível quanto a adotar, pelo menos, uma forma híbrida de trabalho, metade dos colaboradores ativos do mercado se mostram dispostos a buscar uma nova oportunidade de trabalho mais maleável.
Há alguns anos vivemoa em um cenário onde não existe mais uma escolha unilateral como antigamente, quando a empresa escolhia quem queria empregar.
Hoje, a escolha vale para os dois lados e, cada vez mais, as empresas estão sendo escolhidas pelos talentos.
Daí o crescimento da área de especialização, o ‘Employer Branding’.
A maioria das empresas ainda tem dificuldade para falar sobre a importância de investir em estratégia e no posicionamento da sua marca empregadora.
A marca empregadora e a marca corporativa se misturam cada vez mais e, por não entenderem isso, as empresas estão perdendo negócios, clientes e talentos.
Grandes players do mercado falam diariamente nas redes sociais sobre a importância de as pessoas voltarem 100% ao trabalho presencial ou passarem a ir mais vezes ao escritório.
O tema work-life balance (balanço de vida e trabalho) ganha novos contornos com muito mais gente consciente sobre o quanto colocava de foco no trabalho versus nas demais dimensões da vida.
Os colaboradores brasileiros, por exemplo, afirmam quererem trabalhar 2,3 dias em casa e as empresas aceitam algo em torno de O,8, segundo o estudo Working From Home Around The World, feito por seis pesquisadores.
O grande trunfo que as empresas têm na manga para convencer as pessoas a voltarem aos escritórios é o convívio social.
A interação entre colegas de trabalho faz parte de um ambiente empresarial saudável e feliz, por isso deve ser sempre incentivada.
Outras desvantagens que podem ser estudadas pelas empresas para criar um movimento de retorno dos profissionais:
Perda de privacidade
Ter a família perto pode ser bom, mas também ruim quando se trabalha totalmente a distância. Ser chamado a todo instante para assuntos familiares no meio do trabalho, por exemplo, não é legal.
Excesso de carga de trabalho
Como o trabalho é no mesmo lugar em que se vive, existe um risco de misturar as coisas e ficar com a cabeça sempre no serviço.
Indefinição de horário de trabalho e lazer
Ocorre facilmente quando não existe planejamento e disciplina.
Isolamento social
No trabalho remoto é preciso levar em conta que não há conversa com os amigos do trabalho, troca de ideias e boas risadas, o que pode comprometer a saúde mental.
Falta de atualização profissional em processos gerenciais
Mais distante da equipe, é preciso cuidar para que a troca de experiência continue acontecendo, utilizando as ferramentas virtuais.
Ambiente de trabalho anti-social
Sem interação pessoal, olho no olho e comunicação corporal se transmite menos informações.