Divulgado recentemente, o Índice Global de Inovação (IGI) mostra que o Brasil melhorou quatro posições no ranking em relação a 2019, mas ainda segue longe do topo. O país, embora entre as dez maiores economias do mundo, ocupa agora apenas a 62ª colocação. Os primeiros colocados são Suíça, Suécia e Estados Unidos.
O estudo é feito anualmente, desde 2007, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – WIPO, na sigla em inglês), em parceria com a Universidade de Cornell e a Insead.
A melhora no IGI não significa, necessariamente, uma evolução. Isso porque, conforme explica a Confederação Nacional das Indústrias, o Brasil subiu no ranking em razão da queda de outros países, já que a pontuação brasileira caiu em relação a 2019.
Os 80 indicadores analisados pela publicação expõem as fraquezas no país. Entre elas estão os resultados dos estudantes em avaliação internacional de desempenho em leitura, matemática e ciência (68ª posição no ranking), o número de graduandos em ciências e engenharia (81ª), a infraestrutura em geral (108ª), e o crescimento da produtividade do trabalho (93ª).
Olhando para esses dados, podemos nos perguntar: Que tipo de educação um indivíduo precisa ter para ajudar o país no desenvolvimento econômico e social?
Pensando em educação formal, que tipo de escola precisamos para que nossos futuros profissionais sejam produtivos, criativos, críticos, questionadores, inovadores e até inventores?
Acredito que as escolas possam ajudar a desenvolver essas prestigiadas habilidades e competências nos alunos. Sabemos das dificuldades, mas temos de pensar em como, mesmo com recursos escassos, podemos transformar as escolas públicas e privadas em ambientes cujos resultados ajudem a ampliar o desenvolvimento do país.
Os países no topo dos rankings de inovação e educação, como o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), por exemplo, não fazem segredo: investem na qualidade dos professores. O investimento no professor é uma das apostas de maior retorno em educação, em especial nas ciências naturais e matemática, que são parte do coração dos programas que envolvem a metodologia STEM (da sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Em conjunto com as demais áreas do conhecimento presentes no currículo escolar, as áreas STEM abrem enormes possibilidades para os futuros inovadores do país.
Porém, para que o professor possa preparar futuros inovadores, ele mesmo precisa ser um em sua área de atuação e dentro da sala de aula. Assim, ele precisa melhorar seus métodos, favorecendo a aprendizagem dos alunos, experimentar e oferecer aos estudantes oportunidades de inovarem também. Parte do processo de inovação envolve pesquisa – uma excelente oportunidade de trabalhar conteúdos de ciências aplicados à realidade, à vida – e colaboração – aprender e ensinar colegas, sejam eles professores ou alunos, com foco especial em criar algum benefício coletivo, solucionando um problema real.
Inovar em sala de aula é também encontrar novas formas de aprender dando vida aos conteúdos, desfrutando da beleza da matemática e das ciências, gerando resultados para alunos, professores e toda a sociedade brasileira.
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